23.8.12

três saias e uma calça

estava agora mesmo assistindo o saia justa, onde três saias e uma calça discutiam a respeito da separação de casais. como já disse, quase nunca assisto televisão, talvez porque seja impossível me ater ao tema sem desviar para a roupa, postura e trejeitos dos apresentadores. meus amigos se irritam com meus comentários do tipo "esse cabelo não é dela!", ou "onde foi que o William Bonner arrumou essa gravata". acontece que ali estavam mulheres que eu já vi outras vezes mais gordas, mas todas emagreceram. as que já eram magras ainda mais! uma magreza bonita, beleza dessas pós-moderna de corpos de boneca.
mas acontece que o Léo estava ali no meio delas, em forma de poita e sem respirar. esse corpo sim, me chamou ainda mais a atenção. terapeuta corporal é um bando de louco! - como diria o Corinthiano.
"meu deus! o que está acontecendo com esse homem"? - pensei em voz alta (deve ser esse o meu defeito).
mas essa impressão me serviu para para ouvi-lo de verdade. e então percebi, que na inconstância histérica e  estética das mulheres ele era o mais real. percebi que com aquela massa inflada, que nos remete à um bebê de um ano e pouco, ele defendia sua hipersensibilidade. suas palavras vinham de um lugar muito conhecido pra ele, diferente das suposições histéricas, "mas e se...". vinham de um lugar de conclusões, da sabedoria que só existe naquele que sente, logo compreende. bem diferente do conhecimento, que hoje é quase uma maquiagem obrigatória para todos os histéricos.
que pena ele não poder exercer essa sabedoria numa forma-adulto. ser sexy, inteligente E SENSÍVEL! Eita que não tinha pra ninguém. e vai Corinthian!

16.8.12

sou um dinossauro moderninho

"não, não é um programa brasileiro, hackers vivem em outra dimensão!", respondi ao amigo estrangeiro que acompanhava. acontece que estávamos numas dessas mega livrarias que vendem de tudo, desde os best-sellers  com os temas mais moderninhos, passando por televisões, que como diria a sabedoria piritubana "faz de um tudo! fala até a hora da morte", até os compact discs com músicas dentro. pois é, o velho CD. e não é que era justamente essa a razão da nossa visita? fiquei intrigada, pois eu mesma fui considerada um dinossauro alienado quando me apresentaram o groove shark - meus amigos não têm muita paciência comigo. mas não foi isso o que me chocou. foi o voice over na minha mente quando disse "em outra dimensão". claro que o que aconteceu na minha mente não podia ser expresso ali na presença do meu, digamos, ingenuo colega, que também sofreu um impacto com tamanha revelação de abundancia. diferente de mim, ele não se conteve e revelou sua indignação. "se não comprarmos os músicos viverão de que"?  "levantar o bundinha do sofá e fazer shows", disse eu, certa de que o havia convencido e ingenuamente me esquecendo que sua origem é bem famosa pela rigidez. mas não é esse o caso. se soubesse como fazer dinheiro com a internet estaria milionária, mas sou um dinossauro que consome internet como ferramenta de escolha. muito do que escolho são músicos, diretores, autores, que nunca teriam chance sem ela. nessa dimensão sem fronteiras tudo está disponível já que ninguém é dono de nada além da própria expressão. para mim esse universo infinito é análogo aos nossos potenciais. fomos nós quem a criamos para justamente quebrar os conceitos pragmáticos de sucesso e finalmente termos poder de escolha e uma existência digna de seres criativos. todos somos criativos e interessantes, e chega da ilusão de que apenas um estadio cheio é sinônimo de sucesso! um musico da época dos dinossauros como eu, tem a escolha de reclamar por milhares de pessoas ouvirem suas musicas sem pagar. mas hoje existe um publico que não é subestimado por uma gravadora, editora e todas as outras formas jurássicas de fazer sucesso, e que sua principal característica é a falta de culpa em receber tudo isso. todos nós tivemos que nos adaptar a tamanha oferta e hoje acho que merecemos muito mais! mas negar a abundancia de diferentes expressões como se isso fosse coisa do demo ou imoral é negar a si a expressão dos próprios potenciais e principalmente, negar a existência de um lugar livre dos conceitos de tempo-espaço. somos seres interdimensionais!