16.8.12

sou um dinossauro moderninho

"não, não é um programa brasileiro, hackers vivem em outra dimensão!", respondi ao amigo estrangeiro que acompanhava. acontece que estávamos numas dessas mega livrarias que vendem de tudo, desde os best-sellers  com os temas mais moderninhos, passando por televisões, que como diria a sabedoria piritubana "faz de um tudo! fala até a hora da morte", até os compact discs com músicas dentro. pois é, o velho CD. e não é que era justamente essa a razão da nossa visita? fiquei intrigada, pois eu mesma fui considerada um dinossauro alienado quando me apresentaram o groove shark - meus amigos não têm muita paciência comigo. mas não foi isso o que me chocou. foi o voice over na minha mente quando disse "em outra dimensão". claro que o que aconteceu na minha mente não podia ser expresso ali na presença do meu, digamos, ingenuo colega, que também sofreu um impacto com tamanha revelação de abundancia. diferente de mim, ele não se conteve e revelou sua indignação. "se não comprarmos os músicos viverão de que"?  "levantar o bundinha do sofá e fazer shows", disse eu, certa de que o havia convencido e ingenuamente me esquecendo que sua origem é bem famosa pela rigidez. mas não é esse o caso. se soubesse como fazer dinheiro com a internet estaria milionária, mas sou um dinossauro que consome internet como ferramenta de escolha. muito do que escolho são músicos, diretores, autores, que nunca teriam chance sem ela. nessa dimensão sem fronteiras tudo está disponível já que ninguém é dono de nada além da própria expressão. para mim esse universo infinito é análogo aos nossos potenciais. fomos nós quem a criamos para justamente quebrar os conceitos pragmáticos de sucesso e finalmente termos poder de escolha e uma existência digna de seres criativos. todos somos criativos e interessantes, e chega da ilusão de que apenas um estadio cheio é sinônimo de sucesso! um musico da época dos dinossauros como eu, tem a escolha de reclamar por milhares de pessoas ouvirem suas musicas sem pagar. mas hoje existe um publico que não é subestimado por uma gravadora, editora e todas as outras formas jurássicas de fazer sucesso, e que sua principal característica é a falta de culpa em receber tudo isso. todos nós tivemos que nos adaptar a tamanha oferta e hoje acho que merecemos muito mais! mas negar a abundancia de diferentes expressões como se isso fosse coisa do demo ou imoral é negar a si a expressão dos próprios potenciais e principalmente, negar a existência de um lugar livre dos conceitos de tempo-espaço. somos seres interdimensionais!

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