9.10.13

sob as lentes da psicopatologia na era de aquario

hoje em dia tem sido difícil adolescer sem adoecer, pelo menos aos olhos da sociedade.
no meu convívio com os adultos do futuro percebo a complexidade que é adolescer numa época em que cria-se uma psicopatologia por dia. os distúrbios de comportamento nessa faixa etária e até nos mais novos, é visto como se originados em outro planeta. tanto que muitos pais se apegam aos conceitos de crianças índigo, cristal e assim por diante... o que justifica os nascidos na era de aquário e os alivia da responsabilidade.
mas conceitos não ajudam aqueles que sofrem de uma angustia tremenda incrementada por modernos diagnósticos mistico-patológicos.
nosso planeta não mudou seu protocolo, ou seja, todos nós chegamos e saímos daqui da mesma forma. o corpo físico e seus outros corpos, mental e emocional, também não mudaram. somos todos iguais e regidos sob as mesmas leis.
mas há sim um distúrbio comportamental na maneira de olharmos para os nossos rebentos. na minha opinião, um distúrbio narcisista generalizado. pais que olham mas não veem, ouvem mas não escutam e que se acostumaram a viver desconectados da própria alma. famílias formadas por pessoas que não abriram mão do antigo paradigma cristão, muito menos do conceito moderno pagão de uma carreira promissora. e dá-lhe divorcio, babás e escolas de período integral!
pobre daquele que não ousar aprender com esses indivíduos. tudo bem que adolescente "sabe tudo", mas todos nós trouxemos algo novo, pelo menos aquilo que foi impresso por nossos pais para ser transformado... e assim deveria caminhar a humanidade. se como pais e educadores formos conscientes desse potencial em cada adulto a se tornar, teremos a nossa frente a possibilidade de atualização e rejuvenescimento. esse é o poder criativo da adolescência.
o que observo hoje nos adolescentes, de classe media-alta principalmente, é a falta de estrutura para romper com o estabelecido e seguir com suas ideias novas. longe de serem fracos, esse é o ponto que mais me intriga e fascina. são fortes, informados e muito mais interessantes do que a minha geração por exemplo (os pais dessas criaturas), que diga-se de passagem é a geração mais narcisista, a sociedade de consumo. digo falta de estrutura porque são fruto de famílias cego-surdo-mudas. fortes, porque o que eles justamente resistem até a morte, é a pressão de serem desconectados da alma. quebrados até se tornarem mais um tijolo no muro.
nós fomos incapazes de resistir ao conceito de "encaixar' e nos deixamos levar por tudo o que ele prometia. isso é o que tentamos ensiná-los, e é isso o que eles se recusam a aprender!
mas acontece que quando me dispus a escutá-los com os ouvidos da alma tentando compreender a origem da tremenda dor representada nos seus cortes, tarjas pretas, anorexias e pensamentos suicidas, a mensagem foi mais ou menos assim, "nossa dor representa aquilo que vocês já não sentem mais. sofrem tanto que nem sentem mais dor. sofrem incansavelmente por terem sido afastados do próprio Ser. sabemos que uma vida sem alma é uma vida plastica, uma mentira."
se a era de aquário significa a quebra de antigos paradigmas, se recusar a cindir com a alma é a psicopatologia desses seres. deve ser por isso que eles nos parecem tão especiais!


Ps: dedico esse à Pin que acredita tanto no amor .