28.1.14

Eu e Reich na montanha-russa

o orgasmo é como uma montanha-russa! concluiu num suspiro quase mistico, o colega massoterapeuta. imediatamente saltou no meu malucador-maluco a imagem da curva orgástica do querido malucão, Tio Reich.
Uau! e num é que é verdade!
acontece que no malucador dele se fazia urgente provar que o corpo humano atrai energia para todas as ações, e que a maneira que essa é administrada (contenção, desperdício, muito ou pouco) definiria o caráter desse ser. não poderia ser mais chula a minha explicação, mas longe de mim a pretensão de faze-lo compreender Reich num post e não com sua própria experiencia.
o cara observou o que denominou " a função do orgasmo". não é pra quê o orgasmo serve! cada um faz o que quiser com o seu, mas uma função matemática. lembra das funções? desculpe se isso desencadeia em você impressões desagradáveis. de qualquer forma, ele percebeu que em tudo que fazemos a formula se aplica. imaginamos o acontecimento, atraímos energia para executa-lo, alcançamos o clímax, que seria o momento em que o imaginado acontece, para depois experimentarmos o êxtase da realização. e assim é sempre e com tudo, inclusive quando praticamos sexo. seguimos vivendo essa função as vezes de maneira obvia, em grandes eventos como a compra da casa própria, desde o momento que se imaginou lá, até o momento que está lá; e invariavelmente em todos os micro eventos da nossa existência ordinária. os eventos internos conscientes ou inconscientes que se passam durante esse simples processo, é o que nos define. bravíssimo Mr.Reich! difícil mesmo é falar da sua teoria aqui tentando ser breve.
mas então, eu e meu colega fascinados com a metáfora e acostumados que estamos em discutir e nos divertir imaginando as possíveis maluquices que se passavam na cabeça do nosso tio em comum, resolvemos brincar com a ideia das diversas maneiras de se experimentar uma montanha russa.

ah! tem aquele que desde a fila fica fazendo formulas matemáticas que prevem tudo aquilo que é possivel sentir no processo, sem atrair muita energia para o evento. no clímax ele constata sua teoria e sai com a mesma cor meio-cinza que entrou e com um ar daqueles que não se surpreendem facilmente.
tem aquele que fica choramingando, diz que sem você não vai. pede juras de que nunca o abandonará, chega no topo meio desorientado, desce gritando, para acabar vomitando e reclamando que a culpa foi sua.
tem o tipo que fica tenso, desiste mil vezes, faz imagens trágicas, diz que você tem azar de ir justamente com aquele o qual o destino é um acidente fatal. no topo pede perdão para todos os santos incluindo você e acaba reclamando de dores nas costas e da falta de atenção da organização do parque inteiro.
tem aquele que mente que esteve na maior montanha-russa do mundo e nem se cagou. finge na subida e mente no topo, para ao final te chamar de maricas por ter sentido tanta emoção.
e por ultimo aquele que desde a fila atrai bastante energia e atenção com tudo o que imagina de fantástico possivel na experiencia, sobe muito animado já pensando na descida e quantas vezes quer repetir a excitante experiencia. cheio de "e se" na sua fala constante, chega no clímax berrando, desce gritando com medo de perder a sensação e no final corre enlouquecido para o fim da fila e assim por diante...
acontece que não é apenas no momento em que fazemos a curva que nos definimos, mas principalmente na maneira como percebemos e recebemos a realização dela. e acontece ainda, que cada um tem um pouco de cada.

se fosse simples seria apenas uma montanha-russa.