16.10.15

o menino cego e o labirinto


sentado numa pedra nos arredores do vilarejo onde vivia o menino cego foi surpreendido pela presença de seu amado amigo Mikael, que novamente o encontrou aborrecido com as ofensas dos seus amigos. o menino cego muito o admirava por sua valentia e por seu coração forte e honesto. ele sentia essas qualidades profundamente em seu ser e por isso confiava muito em Mikael.
Mikael apesar de jovem, era mais velho que o menino e podia perceber o conflito que vivia, pois sentia profundamente o grande amor que existia em seu coração e por isso o admirava imensamente.
o menino perguntou onde ele havia aprendido os segredos da espada que carregava e então Mikael o convidou para um passeio na floresta.
dirigiram-se para o grande carvalho que lá existe desde os tempos que ninguém se lembra mais. e ali, aos pés da Divina Mãe Carvalho, Mikael lhe contou que cada ser no universo carrega em si os atributos mágicos necessários para uma existência plena no planeta, e que houve um tempo em que todos os tinham em sua consciência. o menino ouvia  com atenção e sentia que a força no coração de Mikael vibrava, expandindo e se combinando a sabedoria da Divina Mãe Carvalho ... e em cada tom sentia a sabedoria infinita dos tempos.
mas então algo magico aconteceu. foi quando Mikael colocou sua espada nas mãos do menino cego,  um labirinto imenso como o infinito se abriu e dentro dele ele estava, sozinho, apenas com a espada em suas mãos.
a primeira ideia foi procurar a saída e então seguiu em sua busca por entre as paredes do labirinto. em cada passagem ele esperançava e seguia e seguia, até que num dos becos se viu cansado e sozinho. a solidão o invadiu e com ela lutou até se esgotar. resolveu então seguir e a cada passagem a esperança e novamente um beco sem saída. a ponto de desistir, se viu pequeno e o sentimento de menos valia apareceu. chorou de desespero, sentiu-se punido e puniu-se também. estava esgotado, mas queria sair e pedir perdão a todos e nunca mais viver pelo coração. pensava ter aprendido a lição. quase abandonou a espada, não acreditava mais em magia. o vitimismo lhe deu alguma força e com isso seguiu e seguiu por muito tempo de relógio até que outro beco o venceu. a escuridão invadiu o labirinto e o menino se viu fraco. debochou de seu coração que o havia colocado naquela situação e entregando-se ao medo, adormeceu.
uma linda lua surgiu e o banhou, mas o menino não viu ... e novamente o sol que, contorcendo-se por entre as brechas com seus raios, tocou o rosto do menino e o despertou de um sonho. o menino acordou, mas ainda estava no labirinto apenas com a espada deitada em sua companhia. quase se desesperou... foi quando a luz do sol fez  brilhar a espada e o brilho desta o fez lembrar que, em seu sonho aquela luz que vinha de Mikael e da Divina Mãe Carvalho estava plena da sabedoria ancestral. em seu sonho se viu consciente de seus atributos divinos. viu a consciência do coração  ser substituída pela ilusão da mente através dos tempos e com ela o labirinto que criamos e nele vivemos existência após existência. o menino sorriu ... refez em sua mente todo o caminho percorrido desde o momento da sua pergunta.
compreendendo o acontecido, levantou-se com seu coração vibrando de alegria e cantou e dançou com a espada, desfrutando daquele momento magico. então orou em gratidão a Mikael e a Divina Mãe Carvalho. orou por todos os seus ancestrais e sua sabedoria. orou a toda Criação, a Mãe Terra e a todos os seus filhos. seu coração parecia um tambor e nele vibrava a mesma energia de sabedoria infinita experimentada no dia anterior.
e então, o menino cego ergueu a espada ao sol e unido a tudo, sentindo a força que fluía de seu coração para ela e dela para ele, ordenou com intenção pura que o labirinto desaparecesse.
e assim foi ... que quando a ponta da espada tocou o chão novamente o menino caiu de joelhos em honra a SI MESMO. quando ergueu a cabeça viu Mikael, seu amado amigo também de joelhos diante dele. e em honra ao momento sublime e de coragem disse, "fomos todos forjados pelo atributo do amor".
e assim é!

23.8.15

socorro, quero me separar!

"como faço para parar de ler as noticias e os comentários do facebook?" bradou ela num pedido de socorro que mais parecia confissões de um compulsivo.
enquanto me divertia com a ironia, pois ela trabalha com isso, o que me preocupa, pois parece que o buraco é mais embaixo, de qualquer forma, voltando à cinco virgulas atrás, enquanto me divertia, meu malucador me enviava flashes das falas que ouvi durante a semana.
acontece que as falas que ouvi essa semana são as mesmas, porém, ditas por mais de 300 bocas diferentes. hoje em dia, diferente de me sentir alienada, sinto pena daqueles que de tão informados, nada sentem.
também, com tantas coisas acontecendo na politica, ou melhor, com tudo o que hoje enxergamos na politica, só mesmo a meteorologia para nos distrair. ops! eu disse distrair.
sim, o clima está seco e depois vai ficar úmido e depois vai florir e depois vai esquentar e ficar mais úmido e depois vai secar e fazer frio e assim por diante e não importa, porque tudo está em perfeita ordem com o planeta! ouçam novamente, tudo está bem com o planeta!
o que temos é um problema de fornecimento de água, do contrario as arvores estariam mortas. e nem está tão seco assim. se você parasse para sentir, perceberia que tem um forte orvalho durante a noite.
sinta e perceba! até minhas plantas envasadas sabem disso.
mas tirando o drama, o que resta?
imagine uma massa bem grudenta feita de apenas uma ideia. imaginou? agora imagine que ela precisa encontrar uma solução. sendo massa, sempre terá apenas uma opção e lá se vão todos para o mesmo lugar, e não é um lugar novo. que tédio! - você diria. agora separe uma pequena porção dessa massa, ainda menor do que você imaginou, e imagine que ela contém tudo o que existe na massa e muito mais. essa pequenina parte sente e percebe tudo o que existe ao redor. enxerga infinitas possibilidades, tantas que lhe permite sentir que tudo está em perfeita ordem. que a politica será transformada, pois ela, a pequenina parte, está pronta para que aconteça. ela olha para a Mãe Terra e com seu coração cheio de gratidão, agora que pode sentir novamente, respeita e aceita todas as suas manifestações. a sábia Mãe Gentil olha para o seu filho e diz, "estou plena de amor e agradecimento por toda a criação!" e com isso o filho amado percebe que ele mesmo tem visto a si mesmo como imperfeito, como culpado e que justamente isso tem feito com que ele se esconda com medo de ser responsável apenas por si.
agora imagine a mudança que acontecerá quando um coletivo que sente e percebe individualmente, caminhar para a mesma direção, não mais como massa, mas lado a lado, pois todos nós queremos ser representados pela paz, pela beleza e pela harmonia. justamente os atributos desse lindo planeta que hoje habitamos. somos todos filhos da Terra, somos irmãos e todos nós herdamos os mesmos atributos.
 o que você está esperando?

generosas metáforas

as metáforas são a unica linguagem possivel entre a mente e a alma. vêm de um lugar potente e ilimitado em nós. tão magico é seu idioma, que nos permite ver e ouvir cada vez de maneira mais expandida, os diferentes momentos de nossa existência. experimentamo-as com o que há de mais intimo e singular em nós, a essência.
desfrutem desses presentes!

Sarah e o sapato velho
por Lee Carroll e Kryon
traduzido com amor, por mim

Sarah era uma dessas mulheres despertas da nova era. ela compreendia como Ser responsável por sua vida ... e que havia de descobrir o motivo para sua estada aqui no planeta. 
Sarah então, perguntou aos seus guias como encontrar seu "lugar-de-Ser-mais -doce", o lugar onde ela concorda em existir -  e eles deram boas ideias. ela compreendeu os processos e se determinou a co-criar aquilo que ela sabia ser sua paixão.
Sarah queria fazer parte da ecologia do planeta, ajudar a Terra e tudo o que nela vive. então através de uma oportunidade que apareceu de repente, "uma coincidência", ela teve a chance de fazer exatamente o que queria. a oportunidade veio na forma de um trabalho numa empresa que trabalhava com a mais alta qualidade em sistemas ecológicos - algo que animou Sarah tremendamente e a fez sentir que poderia fazer a diferença para muitas pessoas. seu novo trabalho seria na cidade, num escritório confortável onde ela poderia realizar seu objetivo na vida.
"essa é a razão d'eu estar aqui", reconheceu ela. "tenho tanta paixão por isso!". ela estava nas nuvens e em paz. tudo corria bem quando ela iniciou no trabalho, exceto por uma coisa. 
vejam, quando veio para essa encarnação no planeta, Sarah recebeu um medo de lugares fechados. para chegar ao seu trabalho, era necessário que Sarah pegasse o metro e duas vezes por dia ela paralisava com a experiencia. a cada manhã ela entrava no metro e silenciosamente fritava em seu próprio medo. ela ficava ansiosa, segurando-se com suas mãos suadas e seu coração pulando durante os 25 minutos da viajem que a levava para o seu maravilhoso trabalho.
um mês depois, Sarah foi até seus guias e dolorosamente admitiu, "isto não esta funcionando pra mim. preciso encontrar outro trabalho." seus guias lhe perguntaram, "como pode ser? 
você não co-criou exatamente a situação que pediu? isso não é uma vitoria?"
"não posso continuar indo para esse trabalho por conta do meu medo de lugares fechados", respondeu Sarah. "isso estraga meu dia inteiro, duas vezes, na ida e na volta."
"Sarah", seus guias sugeriram, "que tal se eliminássemos o medo e não o trabalho."
"não sei não, respondeu Sarah hesitante. "eu tenho esse medo há 35 anos e o trabalho há apenas um mês."
então vejam, Sarah vivia confortável com seu medo, como que com um sapato velho. o medo lhe servia como um amigo, algo conhecido, algo que esteve sempre ali. o sapato velho, que poderia ser feio e esfarrapado, mas que ela vestia há tanto tempo, tornou-se a ultima coisa que ela sentia poder mudar.


21.2.15

alimentação intuitiva

a consciência humana expande numa velocidade tão espantosa que outro dia me peguei pensando, "será o fim da coca-cola". espantoso porque isso seria inimaginável há alguns anos atras.
as crianças desse planeta hoje não consomem nenhum tipo de refrigerantes. não digo todas, mas quantidade suficiente para me fazer imaginar ...
... acontece que a coca-cola é muito mais que um refrigerante, é uma paradigma!
na minha infância os alimentos que consumíamos não levavam a data de validade, nem muito menos a combinação química que os compunha, tão conscientes que éramos. olha que eu nem sou tão antiga assim.
há alguns meses meu corpo físico passou a não tolerar carne animal e apesar da insistência da minha mente e dos meus olhos, esse tipo de alimento não passava da minha boca. não por nenhuma especie de culto aos animais, pois sempre honrei sua existência também como alimento, e honrei-a com prazer... mas dessa vez era diferente. era a sabedoria do meu corpo.
 meu corpo vinha me mostrando que Eu, essa que vos escreve, ficava muito irritada, as vezes até raivosa, densa e com medo, enquanto digerindo certos alimentos. - culpa da minha consciência! consciência vem sempre com um preço meus caros, e invariavelmente é a mudança. mude algo e o Todo muda! - mas respeitando esse novo paradigma imposto pelo meu corpo desperto, percebi que a parada vai muito além. agora atenta ao meu processo digestivo e às emoções relacionadas, percebi que tinha tudo a ver com a maneira que os alimentos são manipulados, os cuidados, o local, meu humor e tudo mais.
sábio que é, o corpo é capaz de nos dizer o alimento adequado para cada ocasião, ou para cada momento da vida. o alimento que carrega em sua composição as substancias que curam, aceleram processos emocionais, encorajam, limpam e nos libertam.
a sabedoria do corpo é a mesma que a da Terra que sempre busca o equilíbrio. para isso basta estar atento. muitas vezes um sorvete no lugar da refeição pode ser para-o-bem-do-Todo. não podemos ser limitados quando se trata do corpo físico. nada em nós deve ser limitado!
 haverá um tempo, e não está muito longe, em que escolheremos todos os alimentos assim, intuitivamente ... e então será o fim das substancias toxicas, das combinações químicas que envenenam essa mágica forma que é o corpo humano. a mais versátil das maquinas um dia criada, aquela que te possibilita fazer tudo aquilo que quiser, sem dor ou sofrimento.
no corpo vivemos as melhores experiencias na Terra.
 e a coca-cola, ah! a coca-cola ... sabida que é, deve estar também se preparando para uma tremenda mudança.
e assim é.







15.2.15

Urso e o menino cego

era uma vez, num tempo tão longe que ninguém se lembra mais, um menino que era cego e que viveu uma de suas melhores experiencias na Terra.
ele vivia num vale muito lindo e tranquilo, um lugar que a Mãe Natureza caprichou ... e tudo que ali existia parecia celebrar e honrar tamanha benevolência. e o garoto se sentia assim, um afortunado.
todos do vilarejo caçoavam do menino quando ele dizia que podia ver. mas o que ele via ninguém mais conseguia, por isso as vezes se entristecia ... e por não ver as mesmas coisas que os outros humanos acabava sempre sozinho... e por isso as vezes, sentia solidão.
um dos seus melhores amigos era um urso enorme, que ele chamava de Urso. 
Urso adorava maças e o garoto adorava jogar maças para o alto e ouvi-lo estraçalhar para depois  agradecer derrubando-o no chão, enchendo-o de baba. era uma amizade e tanto. com o Jaguar Negro e a Águia ele também mantinha uma estreita relação, e todos juntos mantinham uma forte conexão.
 mas  Urso sempre o guiava para o Reino das Fadas. ele assim fazia todas as vezes que o menino se aborrecia com o mundo, que só conseguia entender que um-cego-não-pode-ver!
muitas vezes Urso o levava em seu imenso e aconchegante lombo, assim andavam mais rápido e mais rápido o menino se alegrava. ele adorava sentir seu pelo macio e a pele frouxa balançando enquanto caminhavam. mais ainda, seu coração se aquecia de alegria com aquele amor protetor que Urso tinha por ele. 
então passavam por um pequeno lago onde o menino bebia a água que era parte do ritual para entrar no Reino das Fadas. depois seguiam pelo caminho até que a Grande Fada que cuida do portal lhe aparecesse numa visão, e ela sempre aparecia. ela também lhe dava algo, como se fosse um ingresso e era sempre algo da dimensão das fadas; cristais, pérolas, coisas encantadoras assim. então seguiam pelo caminho até avistarem o portal e quando nele entravam era uma festa!
primeiro uma fada muito amiga do menino tocava sua testa e seu coração e depois soprava seu rosto e pronto, ele enxergava tudinho! via a cachoeira que corria para o alto da montanha, sim era ao contrario! um vale lindo onde muitas fadas e elfos voavam fazendo sons.
para o menino a paisagem não era nada diferente do Reino dos Humanos. para ele o que era mesmo diferente era que todos viviam em perfeita harmonia e cooperação. todas as especies! todos o amavam e recebiam como se o conhecessem de muitas vidas. como se conhecessem sua alma.
Urso se esbaldava no mel que as fadas lhe davam e das coceguinhas esvoaçantes que faziam, pois elas também adoravam tocar aquele pelo macio.
mas o que o menino gostava mesmo era da floresta. para isso bebia mais um pouco da água do lago e depois corria com sua amiga fada pelo campo florido até chegar na floresta.
lá ele se encontrava com a Divina Mãe Carvalho e ela sempre o recebia dizendo "oh, pequeno menino!" e logo ele se debruçava em suas imensas raízes e com ela passava muito tempo das fadas ouvindo sobre a humanidade, pois ela existe na Terra há muito, muito tempo de relógio, tanto tempo que ninguém se lembra mais.
e assim foi a existência do menino cego que tentou compartilhar todo amor que havia em seu coração com aqueles que não podiam sentir.

9.2.15

mal é mal, sombra é sombra.

o barril de petróleo teve uma baixa de mais de 40 porcento e, enquanto nossos amigos norte-americanos riem à toa, pois hoje pagam menos pelo combustível que há dois anos atras, nós sul-americanos rimos das piadas criadas a partir do absurdo de termos que pagar mais por termos sido roubados. roubo que justifica outro roubo não pode virar piada. absurdo é absurdo!
entendo que esse é um velho paradigma que nós brasileiros teremos que mudar.
rir de si mesmo só vale quando nos responsabilizamos por aquilo que reconhecemos. rir de si mesmo tem a nobreza, a força e a graça do palhaço que é consciente da própria sombra. rimos dele, mas também somos profundamente tocados por sua coragem e humildade em nos emprestá-la, pois ele sabe que sua sombra também é a minha, que é tudo aquilo que um dia não foi amado.
bem diferente do riso histérico das piadas criadas a partir do absurdo, que nos servem apenas como distração da dor e infelicidade dos fatos.
há muito vivemos nos informando através de piadas, represando o medo e usando os fatos apenas como algo para ter do que falar.
estamos diante de uma batalha entre o bem e o mal e ela não é privilegio apenas da nossa nação, mas nossa responsabilidade é primeiramente colocar cada coisa no seu lugar. há tempo pra rir e tempo pra se conscientizar.
o absurdo não deve ser evitado, pois nos dá um sentido e nos mostra quando estamos de fato sendo abusados, e isso é do mal.
as forças do mal existem e ficam obvias quando as sentimos. ela não vive na sombra, tem nome e siglas e sua maior arma é o medo. ela é muito bem organizada e até faz o mal em nome do bem quando não a reconhecemos.
para além de Walt Disney, lobo mal com narizinho de coração, é lobo mal!
somos do bem e queremos o bem, mas teremos que lutar para isso. nossas armas são o respeito e o amor pela vida.
 e se é isso o que você sente então vale a pena assumir que o desejo de rir com alegria é o que vive na sombra.
nessa luta não haverá mortos nem feridos. terá inicio quando também nos organizarmos com nomes e siglas e daí então cortaremos a verba que há muito investimos no mal. sem dinheiro, sem poder!
e chegará o dia em que olharemos para trás nos perguntando,
porque demoramos tanto?

6.1.15

a nova droga é o amor

anos 70 e então eu nasci novamente ... mas o que eu estava esperando só teve inicio nos idos de 80, em 89 pra ser mais exata. então eu era uma adolescente, pegando o rabo da consciência de paz e amor nos anos 90. nos considerávamos hippies ainda, queríamos viver numa boa.
eu era um hibrido punk-hippie, o que fui compreender mais tarde nos meus 30, que não passava de uma variação do mesmo tema apenas com roupas diferentes. mas as ideias dos dois movimentos me representavam e apesar da discrepante diferença visual, eu transitava muito bem nos dois grupos e validava ainda mais meu amor pelos dois. sentia que minha alma era vista e aceita.
 das escadas para o paraíso do Led, passando pelo brotherly and sisterly love do Bob até as mensagens anti-hipnose de massa do Bad Religion, me foi possivel suportar a densidade dessa época. Uff, era denso! vivíamos num conflito interno generalizado entre uma energia livre e outra totalmente massacrada, mas pudica. minha turma era meu espaço seguro. nele eu preservei tudo aquilo que acreditava ser a parte boa na compra do meu ingresso para esse planeta. sempre haverão aqueles que creem que eu vendi minha alma pro diabo...
mas acontece que lá estava eu nos meus 40, numa dessas festas que ocupam as áreas publicas da cidade. e lá estavam os seres que compunham o cenário de  um verdadeiro mini-woodstock. verdadeiro porque agora somos realmente livres!! livres dos conceitos de gênero, credo, raça e assim por diante.
e por não ser um movimento de nenhuma causa, mas dum direito nato de conviver em paz, não havia repressão. valeu o ingresso! e assim é
e então aos 40, do ladinho da minha casa, honrei a todos! hippies, punks e feministas, todos os meus ancestrais ... por terem preparado o terreno para que eu e todos os seres que vierem depois de mim trouxessem a mais nova droga do planeta, o amor!
como diria Seal nos anos 90 "inject me with your love!"
Oh yeah babe!