1.2.12

é bom mas é um saco!

Há alguns anos atrás li num dos livros do Lobsang Rampa uma critica que ele fazia sobre o desejo de viajar e conhecer outros lugares. Algo do tipo "aquilo que nos chama atenção é sempre aquilo que estamos buscando internamente e pode ser encontrado logo alí".
 Já faz algum tempo que me dei conta que viajar realmente cansa e tudo depende mesmo é do nosso humor além de haverem viagens de diversos tipos, de negócios, de lua-de-mel, do tipo lonely planet, de turismo da terceira idade (tipo cruzeiro mesmo) e por aí vai. Já estive em paraísos naturais vivendo um inferno dentro de mim a ponto de pedir perdão pra deus por estar tão triste e confusa onde ele mais caprichou.
Mas lá estava eu na semana passada embarcando no navio negreiro (classe econômica) na fileira do meio, literalmente no meio, não sei se tem lugar pior! me preparando para cruzar um oceano quando percebi que meu vizinho aguardava ansioso a comissaria de bordo,
aéreo-velha como diria o outro, para pedir um copo d´água e engolir aquilo que ele dizia, o levaria à wonderland.  Brinquei com ele dizendo que então eu seria a enfermeira pois lá estava eu entre dois que se drogariam para enfrentar a viagem. Porra, vou ficar careta! O maluco do lado esquerdo tomaria um básico Rivotril, medicamento hoje receitado até por dentistas. O do lado direito estava munido de Stilnox e dois Diazepans, meu deus! finalmente conseguiu engolir as pilulas e ficamos esperando o efeito.Solidário que era, me ofereceu um dizendo que tinha "O plano B", caraca! Então começou a me contar a sua vida...aquele papo de avião, qual o seu destino? o que espera do seu destino? etc. Acontece que ele é fotografo e diretor de documentários e viaja o mundo todo. disse que sente "uma coisa" em aeroportos e aviões, ou seja, se droga bastante! acredito que esse cidadão seja incapaz de dormir naturalmente. A droga começou a bater e logo veio o arrependimento, balbuciando ele me dizia que dificilmente encontrava alguém interessante nos voos e se esforçava bastante para ficar acordado. Sua cabeça pendia para frente e eu solidaria empurrava para trás pela testa, então ele acordava e continuava a conversa.Chegou até a dizer que me compraria um presente pelos cuidados. Uma de suas perguntas embriagadas foi "qual o seu sonho?", não sei se veio de wonderland, ou de uma síntese daquelas que só um louco é capaz de fazer, para saber se nós realmente tínhamos algo em comum. Primeiramente respondi que não tinha nem um, não desse tipo casa própria, iates, champagne, dinheiro... ele dormiu... e eu na minha caretice tive tempo para pensar. Bum! Já sei qual é o meu sonho, nunca gostei desse lance de sonhos pois parece que fica sempre em outra dimensão, mas então descobri que tenho um desejo, e quando olhei pro lado ele havia partido novamente. Aproveitei então a situação para dizer meu desejo em voz alta, pra mim mesma e sei lá mais quem ... dizem que as pessoas em coma ouvem mas não importa, foi muito bom ter dito e a situação do meu vizinho me rendeu boas risadas.
De qualquer forma, viajar cansa pra caramba, não tem nenhum glamour viajar de econômica além do que, quanto mais velho ficamos menos as coisas nos impressionam. Sempre  digo que o melhor lugar do mundo é a minha casa. Adoro voltar pra ela, receber meus amigos nela, além de  tomar café-da-manhã com Gurdjieff, vinho com Woody Allen e assim por diante...













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