24.3.12

porque a morte não pode existir?

resolvi escrever sobre a morte pois ela faz parte da vida. resolvi escrever sobre a morte num esforço voluntario de incluí-la na minha vida. a morte está sempre presente mas nunca nos damos conta dela. talvez por não "darmos conta dela". percebo que não sabemos como encaixar na vida aqueles que já se foram, como se todas as experiencias vividas juntos tivessem que ser descartadas. é um grande sofrimento que demanda muito esforço, e dessa forma a morte se faz sempre presente. por isso resolvi homenageá-la aqui. homenageá-la pois ela é a unica certeza que temos desde o nascimento. pois é ela que nos dá a intensidade e o colorido necessários para existir. não há como lutar contra a morte pois ela é inevitável, assim como não lutamos contra a vida ao nascermos. dois fenômenos sublimes da existência. sublimes por serem os dois momentos onde estamos de total posse de si mesmo.espiritualizados! o que acontece entre esses dois pontos chamamos de experiencia. para todos e cada um nesse planeta o fenômeno é o mesmo. para você e pra mim, para o seu pai, seu cão, uma arvore e assim por diante. é uma lei ! como pode então, nos pegar de surpresa mesmo quando a esperamos? no movimento da vida pulsamos em busca de um contato com aquilo que nos preenche de sentido, com a alma. com o sentido entre os dois pontos. a morte nos dá essa oportunidade de reconexão. a mente o corpo e o espirito religam-se quando vivemos uma perda. tudo o que um dia existiu muda de forma, de cor, de sabor. a morte nos penetra nas entranhas e acessa todas as dimensões de nós mesmos num movimento involuntário de entrega. ela nos traz de volta aquela força perdida. nos expande e eleva a vida à um outro nível de existência. nos transforma. quando vivemos essa transformação percebemos que "todo o mundo" acontece bem aqui, não há esforço. nos libertamos. resolvi incluir a morte na minha vida pois ela, e apenas ela, me faz olhar para o outro e compreender, no sentido mais profundo da palavra, que todo e cada Ser é igual a mim.

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