16.1.12

Fidelidade X Fragilidade

O tempo todo pensamos ser fortes, mas basta olhar para aquela relação de balanço sempre negativo, aquela que não conseguimos nos livrar, para entrarmos em contato com a impotência.
Tive um terapeuta que fazia colocações enigmáticas e sempre dizia, "ah, menina! o ser humano é muito frágil", isso me intrigava tanto que o apelidei de Mestre dos Magos.
Onde escondemos essa fragilidade?
Quando destilo essas relações complicadas, guiando-me até a origem delas, encontro ali um olhar de ternura, um voto de confiança ou até mesmo um gesto de carinho, algo que "colou" exatamente naquilo que me dava a sensação de faltar em mim, mas que o outro supriu. Em questão de segundos, esse simples ato, desencadeia um processo profundo e complexo que resulta na simples crença "isso só pode ser encontrado naquilo" ou melhor, "o que lhe falta só poderá ser preenchido por ele(a)". Essa formulinha é aplicada em nosso sistema e nos faz agir roboticamente fiéis a essa pessoa, instituição ou a qualquer outro tipo de vínculo complicado.
Fidelidade não é aquilo que juramos ao amigo quando bêbados, muito menos aquele juramento feito "na presença de deus", mas o resultado de um processo involuntário e inconsciente. Somos fiéis onde somos frágeis.
Somos fiéis mas não sabemos, frágeis e não sabemos. E pela inconsciência desses processos depositamos toda a nossa potencia no outro.
Sendo assim, penso que podemos fazer o contrário. Partir do principio que somos inteiros e perfeitos ...
e sermos fiéis a isso.




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