19.4.12

papo de guru

pensando novamente naquele novo produto que criamos, viver no presente, me veio à mente os gurus, sei lá, talvez porque eu os associe com o tema.... o mundo está cheio deles atualmente e eu mesma devo confessar que já segui alguns. acontece que sempre criamos coisas para  nós mesmos superarmos. criamos algo e no mesmo instante acreditamos ser incapazes de alcançar sozinho, tamanha é a fé em si mesmo. então criamos o guru. claro que a imagem e semelhança ... de deus? não! da mente. as emoções que temos hoje são basicamente criadas por ela. a mente é uma péssima imitadora dos sentimentos da alma e para isso faz uso das memorias de infância, dramas e traumas, deixando-nos sempre infantis e fracos. sem alma! o tema viver no presente também foi criado pela mente para controlar a própria desorientação. a mente quer controlar cada dimensão de nós, corpo e alma, tentando entender "onde estamos no momento".  tão tola que perde o fascínio de viver em varias dimensões ao mesmo tempo. perde a chance de viver fora do tempo. ela diz que tal hora estaremos cansados, que tal hora sentiremos fome, que hamburger  faz mal e assim por diante. então pensamos que nunca vivemos no presente. pensar no que vai comer na hora do almoço as oito da manhã, não quer dizer que não vivemos no presente, isso é culpa! mas isso ela vai dizer também, e lá vamos nós em busca de um guru. pra alma não existe tempo! ela come hamburger no café da manhã e almoça sopa num dia de calor. a alma não tem conceitos, mas experimente dizer isso pra sua mente, loucura!
 criamos jesus, que na minha opinião hoje é mais um conceito que um homem rebelde, e da mesma forma criamos satanás. esse nunca existiu verdadeiramente, o mais próximo que conheço foi Aleister Crowley (risos). um representa a existência com a alma e o outro a vida sem ela. claro que não é o caso de Crowley que desfilava com sua alma pelo mundo para o assombro das mentes desalmadas de sua época.
adoro quando Nietzsche desvenda todo o marketing feito pela igreja para suprir a necessidade de um guru  criada na época. Ele diz mais ou menos assim: "para que o amor seja possível, deus deve ser uma pessoa; para que os instintos mais baixos possam se expandir é necessário que o deus seja jovem. para o fervor das mulheres poe-se em primeiro plano um belo santo; para o fervor dos homens, uma virgem..." "para que o bárbaro pudesse lutar contra algo sem se envergonhar e justificar seu sofrimento, criou-se o diabo". parece que nessa época o tema era  conter a excitação.
mas o que nos levou a criar a necessidade de viver no presente, qual é a roupagem do guru contemporâneo? na minha mente tola veio a imagem de um lama tibetano pra eu imitar, mas minha alma me diz que é a vontade de ser eu mesma, de estar sempre satisfeita com o que sou. de ter a flexibilidade inquebrável de um bambu que nuca perde seu centro mesmo nas maiores tempestades. o desejo de não temer meus sentimentos e sensações mas confiar neles. ela também diz  "não há ninguém que possa Ser você".

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